domingo, 10 de fevereiro de 2008

Dois pontos da mesma vista.

Por Andrééé [É, eu mesmo!];

O que há uma vez por ano e faz esse país se sentir 'feliz' por completo? [Especial Roberto Carlos, de final de ano, é café-com-leite]
É, caros amigos, pois é. Cinco dias de pura ilusão.
Nesse momento, deve haver algum fi-de-puta que esteja pensando em voz alta: 'Um baitola desse. Só fala isso porque o carnaval dele deve ter sido uma bosta!'
Isso não vem ao caso. Mas foi mesmo uma bosta.
Sei lá. Uma parte de mim gosta, adora, idolatra esse momento de pura baderna. O outro se pergunta 'por que?'
[Esse meu lado perguntador é chato mesmo, eu sei.]
Final de ano é época de esperança. Carnaval é de que?
Tem coisa mais medonha do que ver alguém se lamentando porque está perto de acabar o carnaval?
Mas no fundo acho saudável. Ora bolas, eu sempre adorei mesmo
essa história de 'pão e circo'...
Poucas linhas, pouca inspiração para dizer qualquer coisa.
Até. Feios.



Por Juliana Diógenes [Sei nem quem é essa.. mas tá ae o texto dela];

O que logo te vem à mente ao ouvir a palavra "carnaval"? Festas? Bundas? Pegação? Propagandas de camisinha truando na televisão? Globeleza? Samba? Bem, falando por mim (como deve ser), creio que, de certo modo, o carnaval é a mistura disso tudo. É um momento excepcional do ano, uma vez que há um aumento considerável na quantidade de casais transando por minuto. O tesão e a vontade de "ter alguém" dominam a maior parte da mente das pessoas de tal forma que a associação carnaval-putaria já não é tão absurda, ainda para os que não praticam esse binômio durante o feriadão.

Não é meu intuito, com estas palavras, criticar tal festa que tem "a cara do Brasil". Apenas levanto a discussão para o que muitos já aceitaram como fato: Por que o carnaval tornou-se o momento em que as pessoas investem na "caça" de um tudo ou nada? E qual a graça que há nisso?
O questionamento se faz baseado em comentários de conhecidos, familiares, desconhecidos que ouvimos conversando na parada de ônibus e artistas inclusive. A clássica pergunta: "Vai pra onde no carnaval?" já envolve, no íntimo do interlocutor, as possibilidades de resposta e os comentários que vêm logo após. Portanto, uma vez que a resposta é "Vou pro Morro Branco", o responsável pela pergunta esboça um sorriso contido (ou não) e responde: "Eita! Lá só rola putaria" Se tem uma palavra recorrente durante as semanas pré-carnaval é esta palavrinha: putaria. Além de ser ótimo de se dizer em voz alta e com gosto, funciona como resumidor de uma mistureba de situações, incluindo, é claro, as tão esperadas "noitadas de curtição com a galera".
Mas, uma vez que a resposta é: “Vou pra fazenda dos meus tios”, automaticamente o dono da pergunta clichê faz uma cara de simpático e usa a provável resposta, beirando ao clássico: “Ah, carnaval em família! Bacana”. A seguir: um silêncio que parece durar horas.
Bem, obviamente que nem todos responderiam da forma como coloquei, porém, entre as pessoas que tenho convivido nas últimas duas semanas, os típicos comentários são esses. Se você, leitor, é uma exceção, parabéns! Ser clichê não ta com nada mesmo.
Voltando à idéia inicial, não irei desenvolver uma teoria sobre o porquê da maioria dessa gente do meu Brasil brasileiro resolver aumentar a dose de tudo quanto dá prazer durante o carnaval: sobe o teor de bebida, de velocidade, de som, de mulher... Incrível o efeito carnavalesco que toma conta de nossos compatriotas. Fica apenas a reflexão (in)útil que envolve esses questionamentos sociológicos já mencionados...
E, se interessa ao leitor, meu carnaval não será no meio da putaria de qualquer praia, será mesmo no meio da lombra astral de Guaramiranga. Afinal, é necessário que, depois de tecer palavras imparciais, eu funcione como exceção à regra para vocês, leitores. Quem sabe o mundo não resolva, aos poucos e a partir de vocês, jovens, (o futuro do Brasil) optar pelo bacana tranqüilo de uma fazenda? Sem pegação, sem bundas, sem festas, apenas uma dose excessiva, porém não menos honrosa, do carnaval Globeleza e das propagandas pró-uso de camisinha na televisão. Hein? Hein? Hum? Que tal?
Não ceda às tentações, sei que você ficou interessadíssimo em correr e ligar para alugar uma fazendinha entre os grilos e sapos, mas, vá por mim, grudar-se a uma televisão no carnaval é se prender a um amontoado de merda: só passa o mesmo samba irritante em todos os canais de tevê aberta. Vá mesmo é pro meio da praça dançar as marchinhas de carnaval da época de sua tataravô; acredite, é o melhor que você faz, seu puto bacaninha.
Bom carnaval pra vocês. E, pra mim: haja paciência...

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